Mais uma vez o desemprego ronda os lares dos brasileiros. A geração mais madura já vivenciou períodos como esse marcados pela recessão, falta de investimento empresarial e pelo temido dragão da inflação. Os últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelaram que a taxa de desemprego, registrada do primeiro trimestre até o mês de maio, é a maior da série histórica iniciada em 2012 – 8,1%.
O cenário econômico e político não é o melhor, mas não se pode entregar os pontos. O ideal é seguir o exemplo de povos asiáticos, latinos e americanos e encontrar alternativas criativas, ou até mesmo, as já utilizadas, para que a economia volte a girar. Os brasileiros precisam voltar a acreditar no país, pois isso possibilitará o retorno do investimento do capital estrangeiro e, por que não dizer, do capital do empresário brasileiro, que, em alguns momentos de crise, deixa de investir muito antes dos “gringos”.
A chegada do desemprego é real. As empresas de diversos segmentos, principalmente de commodities, começaram a demitir, fazendo com que o mercado reduzisse, significativamente, o giro de dinheiro. Para as indústrias, houve a necessidade de diminuir o quadro de profissionais ou de colocá-los em férias coletivas.
Caso você se enquadre em algum desses cenários, não desanime. Recorra a alternativas para se recolocar no mercado. Em um primeiro momento, busque se qualificar em cursos gratuitos via internet e por meio de leituras. Intensifique o relacionamento com a sua rede de contatos, não apenas para falar de amenidades, mas, sim, para trocar orientações na procura de caminhos para uma recolocação profissional. Acorde cedo; mantenha a sua rotina; faça ginástica; e procure informações sobre segmentos que estão contratando.
Já estamos no segundo semestre do ano, próximo do Dia das Crianças e do Natal, quando o mercado, normalmente, se reaquece, seja pelas vagas de empregos temporários, injeção do 13º terceiro salário na economia, restituição do Imposto de Renda ou até, quem sabe, pela retomada dos investimentos. Não se intimide. Se você receber uma proposta temporária, mesmo com um valor abaixo do que recebia, sabendo que tem qualificação para receber mais, não perca a oportunidade. O ideal é que você não compare apenas com os valores ganhos nos anos anteriores, mas, sim, com o que recebeu na semana passada, ou seja, nada.
A intenção é despertá-lo para a necessidade de seguir em frente. A crise afetou a maioria das pessoas, seja grande, médio ou pequeno empresário e, por consequência, milhares de profissionais. Muitas pessoas estão encontrando a solução onde nem imaginavam. Um exemplo é ir trabalhar em cidades do interior, as quais abrigam o agronegócio, que foi e é a mola propulsora da economia brasileira.
Diversos profissionais têm perdido o emprego nos mais variados níveis da escala hierárquica e de maturidade. Sugiro que os profissionais mais novos se deem o direito de aprender com a maturidade, já que ninguém nasce sabendo. Não tente acelerar a sua carreira em um momento que o mercado está em plena desaceleração, até porque há uma vida inteira pela frente para repor possíveis perdas ou travas da vida profissional.
Passar por situações adversas permite crescimento e avaliar a vida profissional com outro olhar. Vivenciando a atual crise e outras passadas, é possível observar que as dificuldades podem se tornar oportunidades. Aproveite o período de recessão para investir em seu crescimento como profissional, busque capacitação e se inteire das novidades do seu meio. Procure caminhos alternativos. Toda crise é passageira e essa não será diferente.
Sérgio Campos – Consultor organizacional e diretor presidente da RHUMO Consultoria Empresarial